Mergulhe no mundo de Steel Seed, e descubra um futuro tecnológico junto com Zoe e Koby
Lançar uma nova IP, ou um novo jogo com um personagem completamente novo não relacionado com uma franquia já estabelecida, não é fácil. Por que você deveria deixar de jogar o novo e muito bem avaliado Assassin’s Creed Shadows para dar uma chance ao desconhecido Steel Seed (site Steam)? Embora esteja mais barato (cerca de R$ 107 atualmente) que os lançamentos Triple A atual, ainda assim não dá para comprar tudo o que queremos. Então, por que Steel Seed merece sua atenção?
A Steel Seed ocorre em um cenário onde um evento catastrófico tornou a Terra inabitável, forçando as máquinas a assumir o controle da humanidade. A protagonista, Zoe, é acompanhada por um drone voador chamado Koby em uma missão para descobrir o que aconteceu com a humanidade dentro deste mundo tecnológico e devastado.
Um mundo onde o stealth é combinado com robôs gigantes prontos para esmagar você e uma garota cyborg que fará de tudo para entende o que está acontecendo com ela e com o mundo enquanto busca pelo pai. E você irá acompanhar Zoe e Koby nessa jornada. Mas, será que é uma jornada que merece ser acompanhada?
Vamos falar então o que achamos de Steel Seed e, se você ficar com dúvidas, deixe um comentário.
Steel Seed
Em busca das Sementes
Você é Zoe, uma garota deitada em uma maca que conversa com seu pai, um cientista cujo o rosto não conseguimos ver. Ele está apresado e muito focado em seu trabalho, alguma coisa muito errada está acontecendo do lado de fora do laboratório e ele não nos responde oque é. Apenas diz que tem pouco tempo. Então apagamos.
Quando acordamos, estamos em um local completamente diferente e dentro de um tipo de “traje” robótico que nos dá habilidades especiais, como pulo duplo e uma espada laser. Um pequeno robô, Koby, aparece flutuando do nosso lado, e fazendo “bip e blops”, vai nos guiando por aqueles corredores metálicos escuros e desertos. Encontramos algumas máquinas agressivas que, sem explicação e sem conversa, nos atacam. Também somos emboscados por uma máquina gigantesca que derruba tudo para tentar nos impedir.

Com muita exploração e luta contra esses robôs agressivos, além de termos de fugir de um cyborg pistoleiro que está disposto a nos matar, encontramos uma IA na forma de um homem dourado (parece uma estátua do Oscar, mas usando tanga) que nos explica que nosso pai tinha previsto o problema com o mundo e colocado os humanos em estado de suspensão até que o mundo pudesse, de alguma forma, se recuperar.
Acontece que, com o passar dos anos, a infraestrutura começou a falhar, os robôs encarregados da segurança se corromperam, e o que era para ser uma missão de esperança virou um caos de máquinas hostis, incluindo figuras como o cyborg pistoleiro, que enxerga Zoe como uma ameaça. Ela deve reunir cinco fragmentos da consciência do pai dela que estão armazenas em servidores para que ela possa dar início ao plano de recuperação do mundo e despertar a humanidade de volta. E você vai ajudá-la.
Já vi isso antes…
Infelizmente, a narrativa de Steel Seed não é notável ou inédita e não consegue cativar, estabelecendo uma premissa apressada nas primeiras horas que carece de impacto duradouro. Quer dizer, vimos uma premissa parecida nos jogos de Nier, por exemplo. E de quebra ainda tem a 2B.
Existe provavelmente um enredo aqui que pode conquistar certos públicos, mas não foi feito o suficiente, especialmente considerando o tempo de duração da campanha, para fornecer um gancho significativo.

Koby é o típico aliado drone que apenas a protagonista, Zoe, consegue entender. Ele simplesmente aparece e fica por perto; sua presença parece ter a intenção de fazer você se importar com ele. Você precisa cuidar dele, afinal ele vai ser usado para abrir portas e resolver puzzles. Mas, se importar com ele, vai de você. Quanto a Zoe, ela fala bastante com Kobi e mas pouco é realmente interessante. São muitas vezes frases como “Temos que ter cuidado” ou “Vamos fazer silêncio” e em algumas alguma reflexão “Será que devemos confiar nele?”.
Como os dois estão juntos durante praticamente toda a jornada, a dinâmica entre eles se torna cansativa rapidamente, já que não há uma conversa de verdade e envolvente. Koby responde a Zoe e Zoe responde a Koby, mas poucos elementos de qualquer um dos personagens conseguem causar algum impacto real.
Vale notar também que os visuais de Steel Seed podem parecer excessivamente escuros, mesmo com o brilho ajustado nas configurações. Isso parece ser uma escolha intencional, já que acontece principalmente em áreas sem inimigos, enquanto o jogador explora. Espera-se que essa particularidade seja corrigida em um futuro patch. Fora isso, não houve problemas significativos de desempenho ou bugs.
Jogabilidade stealth é boa, mas básica
A história de Steel Seed não é o foco do jogo, pois só se aparece de vez em quando, inclusive através de diários de dados. A furtividade é a grande estrela. E principalmente, você vai precisar muito ser furtivo por aqui.
Os movimentos de Zoe são rápidos e responsivos, com segmentos de parkour, que são lembram jogos como Uncharted, Prince of Persia ou Assassin’s Creed. Nenhum momento de plataforma é particularmente desafiadora ou particularmente parecido com essas franquias, mas são sequências moderadamente satisfatórias que conseguem provocar uma sensação genuína de realização, mesmo que em doses pequenas.
O foco da jogabilidade está em derrubar inimigos enquanto se mantém escondido. Como praticamente todos os outros títulos que usam essa abordagem, Zoe pode se agachar, diminuindo sua presença para os inimigos próximos. Fazer isso da forma certa ao se aproximar de um inimigo permite eliminá-lo rapidamente e sem escândalo. Para tornar as coisas ainda mais práticas, é possível usar iscas para atrair inimigos para pontos específicos e permanecer constantemente atento ao ambiente através dos diferentes níveis de alerta e usar Kobi como uma “visão de águia” e marcar inimigos.
Esse design geral de jogabilidade é basicamente o que guia todo o desenrolar do jogo, com o posicionamento dos inimigos e os contextos ambientais em mudança ajudando a manter a progressão levemente fresca. Ainda assim, uma vez que você experimenta as primeiras horas de jogo, fica claro — de maneira quase irônica — como o restante da experiência vai se desenrolar. Isso não é necessariamente um defeito, já que esse tipo de familiaridade na progressão pode ser reconfortante para certos públicos.
O jogo até consegue ser tenso e divertido, mas quem busca uma jogabilidade mais dinâmica e profunda pode não encontrar isso aqui. Se você já jogou qualquer jogo de furtividade, vai reconhecer rapidinho os fundamentos que sustentam o progresso de Steel Seed.
Árvore de Habilidades Poderia Ser Melhor Aproveitada
Uma das mecânicas mais interessantes de Steel Seed é o loot dos corpos dos inimigos, que liberam um recurso chamado “glitch” — usado na árvore de habilidades do jogo, que é bem compacta. Esse sistema de habilidades é inteligente e gratificante, pois você precisa de glitchs e completar desafios específicos, como derrotar inimigos de formas diferentes, para desbloquear os nós. Essas habilidades realmente podem melhorar o combate e a furtividade, com algumas até expandindo o kit de Zoe, como rastrear alvos em movimento com a ajuda do Koby. Porém, seria bom se algumas dessas habilidades já fizessem parte do movimento padrão de Zoe ou se fossem adquiridas conforme a história avançasse, já que o progresso do jogo gira em torno delas.

É como em Kingdom Hearts II, onde as transformações chamadas Drive Forms trazem habilidades de movimento, como saltos mais altos ou até planar. Mas só no relançamento do jogo elas foram realmente exploradas, e parecia um tipo de correção, como um “remendo”. Steel Seed sofre de algo parecido, pois muitos desses benefícios são opcionais e, por isso, acabam sendo subutilizados. Mesmo assim, a sensação de ganhar essas habilidades é empolgante, então acaba sendo um ganho e uma perda ao mesmo tempo.
Combate de Ação é Divertido
O combate de ação em Steel Seed é, sem dúvida, o aspecto mais inesperado do jogo. Zoe pode executar combos, esquivas precisas, ataques pesados e outras manobras aprendidas na árvore de habilidades. Koby também tem seus próprios movimentos de combate. O sistema é suave, apesar de não ter uma animação super-rápida. Com o foco do jogo sendo na furtividade, Zoe é naturalmente frágil, então o combate de ação acaba sendo algo adicional, quase um complemento.
Na verdade, o jogo incentiva mais a adoção da furtividade, mas o equilíbrio entre os dois estilos acaba sendo interessante, oferecendo a opção de partir para a ação em situações em que a abordagem furtiva pode se tornar mais frustrante. Claro, se muitos inimigos detectarem Zoe, a morte vem rápido, então a ação não serve como um atalho para vencer. No fim das contas, o jogo consegue equilibrar esse desafio de maneira eficaz.
Veredito sobre Steel Seed
No final das contas, Steel Seed me lembrou um pouco do jogo Remember Me. Ironicamente, um jogo bom que pouca gente se lembra. Há muita coisa legal para se fazer lá, muitas mecânicas divertidas, uma história boa, mas que não brilha como merece e uma protagonista interessante, mas que se perde no mar de novos personagens que são lançados todos os dias brigando pela nossa atenção. Steel Seed está na mesma situação.

Steel Seed oferece uma experiência furtiva funcional, mas esquecível. Em termos de prazer puro, o jogo cumpre o que promete, com um design furtivo eficiente e atualizações significativas que alteram a abordagem aos inimigos. No entanto, sua narrativa sem brilho e a adição de mecânicas de ação um tanto forçadas podem tornar a experiência monótona e sem foco. Para quem busca uma nova aventura furtiva, Steel Seed pode preencher essa lacuna, mas é preciso ajustar as expectativas antes de começar a jogar.
Steel Seed

Prós e Contras
Prós
+ Movimento responsivo e parkour;
+ Mecânica de furtividade muito boa;
+ Jogabilidade dupla de ação e furtividade que funciona;
Contras:
– Narrativa esquecível;
– Dinâmica entre Zoe e Koby fraca;
– Evolução limitada da jogabilidade;
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