Sonic Racing: Crosswords – Mais Divertido e Difícil do que o que eu Pensava

Sonic Racing: Crosswords é um jogo de corrida que pega o melhor dos games do estilo, com uma diversão fácil e rápida, mas ainda dá um trabalho para dominar

Tenho pouca familiaridade com os jogos de corrida da série Sonic. Eu joguei um pouco do antigo Sonic Drift em emuladores, mas o jogo era bem fraco. O Sonic Drift 2 melhorou bastante, mas o tamanho limitado da tela do portátil fazia o game se tornar uma tarefa ingrata. Porém, eu fiquei muito bom em Sonic & SEGA All-Stars Racing.

Tinha pistas que eu dirigia fazendo drift do começo ao fim. Era um show eu fazendo o drift e ainda chegando em primeiro lugar sem nem usar todo o boost que eu acumulava ao fazer o drift. E quando tive a chance de jogar Sonic Racing: Crosswords (site oficial), eu achava que eu iria repetir todo esse espetáculo de direção novamente. Ledo engano! Dirigir aqui, fazer curvas é algo bem mais difícil do que antes e eu tenho batido cabeça demais para chegar nas primeiras posições.

Vamos falar de Sonic Racing: Crosswords e, se você ficar com dúvidas, deixe um comentário.

Controles que funcionam de verdade

Para começar, vale destacar a jogabilidade. Dirigir os karts é intuitivo, mas, ao mesmo tempo, exige atenção. As curvas respondem bem, os drifts funcionam e a aceleração dá a sensação de velocidade certa. Diferente de outros jogos de corrida do Sonic, aqui a habilidade do jogador faz diferença, e não apenas a sorte com os itens que aparecem aleatoriamente. Cada curva exige atenção, cada boost precisa ser usado no momento certo, e isso torna a experiência mais rica.

Até mesmo nas pistas mais apertadas ou cheias de obstáculos, a sensação de controle se mantém constante, fazendo você sentir que o esforço vale a pena. Não é só apertar botões: é planejar movimentos, observar os adversários e aproveitar o timing certo para drifts e boosts. Esse equilíbrio entre desafio e diversão é raro em jogos de kart, e é uma das razões pelas quais CrossWorlds consegue se destacar dentro da franquia.

Além disso, a sensação de velocidade é excelente. Ela nunca fica exagerada a ponto de confundir o jogador, nem lenta demais para tornar as corridas monótonas. Existe um ritmo que parece pensado para manter a adrenalina constante, mas sem cansar. Essa consistência faz com que cada corrida seja divertida do começo ao fim, e é fácil entender por que o jogo prende tanto. É justamente essa combinação de controle preciso e sensação de velocidade que dá ao jogador a confiança de que suas decisões realmente importam, e que o esforço vai ser recompensado de forma justa.

Os Portais

A novidade de CrossWorlds está na mecânica dos portais dimensionais. Durante as corridas, os jogadores atravessam portais que transformam completamente o cenário. De repente, você se encontra em um ambiente totalmente diferente baseado nos games do Sonic: algumas vezes é uma pista estilo mesa de pinball e curvas apertadas ao estilo Cassino Night Zone, outras vezes uma fase no deserto e os obstáculos são dinossauros que exigem reflexos rápidos.

Essa mecânica não é apenas um efeito visual: seu veiculo muda também. De um carro para um barco ou jato que muda a forma como você precisa jogar, obriga a adaptação e adiciona uma camada de imprevisibilidade que evita a repetição típica de outros jogos de kart. A cada portal atravessado, você precisa reconsiderar sua estratégia, pensar nos boosts, na posição dos adversários e até no uso dos itens, porque a mudança de cenário pode mudar tudo em segundos.

Essa inovação mantém o ritmo das corridas interessante do início ao fim. Mesmo depois de várias voltas, não há sensação de repetição, porque a alternância constante de pistas e desafios força você a estar atento. O efeito é muito mais satisfatório do que simplesmente colocar obstáculos aleatórios ou modificar a ordem das curvas. É um recurso inteligente que transforma cada corrida em algo único, mantendo o jogador engajado e surpreso o tempo todo, o que é exatamente o que um jogo de kart precisa para não cair na mesmice.

Visual vibrante e cheio de personalidade

CrossWorlds não economiza em cores e efeitos. Cada pista tem sua própria identidade visual, cheia de detalhes que ajudam a diferenciar cada ambiente. As cores são fortes, os efeitos de iluminação e partículas chamam atenção, e há um exagero proposital que reforça o clima caótico e divertido do jogo. Essa escolha estética não apenas torna o jogo bonito, mas também comunica a sensação de velocidade e energia que define a experiência. Cada pista parece viva, e isso contribui para que o jogador se sinta parte de algo maior do que apenas uma corrida.

Porém, nem tudo é perfeito nesse aspecto. O excesso de efeitos em certos momentos pode atrapalhar a leitura da pista, tornando mais difícil prever curvas ou obstáculos. Em sessões longas, isso pode gerar alguma frustração, especialmente quando se está tentando competir de forma mais estratégica. Ainda assim, a identidade visual do jogo é forte, e a vibração das pistas ajuda a criar momentos memoráveis, deixando claro que a Sega investiu em dar ao jogo personalidade própria, em vez de apenas repetir fórmulas já vistas em outros títulos.

Customização e progressão que prendem

Outro ponto forte de CrossWorlds é o sistema de personalização. A cada corrida você ganha um tipo de moeda que você pode usar para customizar o carro. É possível alterar cores, peças e até gadgets que afetam a jogabilidade do kart, permitindo que cada jogador encontre um estilo próprio. Essa liberdade é divertida e incentiva a exploração, mas vem acompanhada de um sistema de progressão que exige paciência. Muitos itens só podem ser desbloqueados ao completar desafios ou acumular tickets em corridas, o que cria um grind considerável.

Para quem gosta de investir tempo explorando todas as possibilidades, essa mecânica é recompensadora: cada desbloqueio traz satisfação e sensação de conquista. Para quem prefere jogar de forma mais casual, o grind pode ser frustrante, mas não chega a comprometer a diversão inicial. Esse equilíbrio delicado entre recompensa imediata e progressão de longo prazo mostra que o jogo foi pensado tanto para fãs que querem se aprofundar quanto para quem busca diversão rápida, embora de forma mais limitada.

Modos de jogo e multiplayer

CrossWorlds oferece uma boa variedade de modos de jogo. Há campeonatos, desafios individuais e multiplayer online, que permite disputar corridas com amigos ou adversários aleatórios. No momento, o offline ainda se mostra mais completo do que o online, especialmente porque alguns modos prometidos ainda não foram implementados. Isso faz com que jogar sozinho ainda seja a experiência mais robusta, mas não diminui a diversão do multiplayer, que cumpre seu papel com corridas caóticas e emocionantes.

O multiplayer é sólido, embora limitado. As corridas online funcionam bem, mas a falta de modos variados e algumas pequenas questões de estabilidade podem deixar a sensação de que ainda há espaço para melhorias. Ainda assim, a base está lá, e o potencial para expansão é evidente. Com futuras atualizações, é provável que o modo online se torne tão envolvente quanto o offline, completando a experiência que já se mostra divertida e viciante.

Estratégia e itens

Os itens de CrossWorlds cumprem seu papel de equilibrar sorte e habilidade. Eles adicionam caos às corridas sem decidir tudo sozinhos, e alguns itens interagem de forma interessante com os portais dimensionais, criando situações imprevisíveis que exigem pensamento rápido. Usar um boost antes de atravessar um portal, por exemplo, pode trazer vantagem ou complicar sua corrida, dependendo do timing e da estratégia. Essa mistura de planejamento e imprevisibilidade é essencial para o gênero, e CrossWorlds entende isso muito bem.

Alguns itens poderiam ter explorado mais o universo Sonic, trazendo inimigos clássicos ou referências mais diretas à franquia, mas mesmo os existentes cumprem a função de deixar cada corrida divertida e competitiva. Outra coisa que eu senti falta são os “especiais” personalizados dos personagens: já que em Sonic & SEGA All-Stars Racing, cada um tinha um especial próprio como Sonic se tornava o Super Sonic, Alex Kidd pilotava seu helicóptero ou o AiAi que entrava em sua bola e rolava sobre todos.

Aqui, os itens são todos iguais, independente do personagem, todos tem o mesmo efeito, a mesma animação e a mesma função. Essa falta de individualidade nos personagens é um ponto que poderia ser aprimorado. E falando nisso…

…Detalhes que ainda podem melhorar

Como todo jogo, CrossWorlds não é perfeito. Alguns efeitos sonoros se repetem demais, e certas transições visuais entre portais podem confundir a leitura da pista. O grind para desbloquear itens e upgrades também aparece como um ponto que pode frustrar jogadores menos pacientes. Além disso, a limitação de modos online no lançamento mostra que há espaço para expansão.

Nenhum desses problemas chega a estragar a experiência, mas são detalhes que mostram onde a Sega ainda poderia investir para tornar o jogo ainda mais polido. Pequenos ajustes em efeitos visuais, som e variedade de modos ajudariam a solidificar CrossWorlds como um título de kart indispensável, capaz de competir com os melhores do gênero.

Conclusão sobre Sonic Racing: CrossWorlds

O game é uma surpresa positiva. Ele consegue unir diversão imediata, corridas desafiadoras e uma identidade própria, entregando um kart que finalmente faz sentido dentro da franquia Sonic. Os controles são precisos, a sensação de velocidade é agradável, os portais dimensionais renovam cada corrida e o visual marcante reforça a personalidade do jogo.

Mesmo com grind, algumas falhas técnicas e limitações no online, CrossWorlds cumpre seu papel com maestria: é divertido, viciante e cheio de energia. Não precisa ser perfeito para se destacar. Para quem buscava um kart do Sonic que realmente valesse a pena jogar sozinho ou com amigos, ele finalmente entrega isso, e de forma surpreendentemente sólida. A Sega conseguiu não apenas criar um jogo competente, mas um título que diverte de verdade, algo que há muito tempo parecia impossível de ver na série.

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