Review: Assassins Creed Shadows – O Melhor em Muitos Anos

Assassins Creed Shadows supera as polêmicas e torcida negativa e entrega um dos melhores games da série desde Syndicate

Tenho uma história interessante com a série Assassins Creed. Desde que joguei o primeiro jogo, decidi que iria terminar cada um dos games da série principal. Terminei o Assassins Creed original e, na época, busquei versões “alternativas” de AC II e Brotherhood, quando cheguei no AC Revelations, por algum motivo, resolvi comprar o original e joguei a saga de Ezio inteira.

Com o tempo alternei entre a “versão Jack Sparrow”, de games que me interessei menos e comprar na promoção aqueles que tinha mais curiosidade, além de pegar os que eram grátis sempre que possível. Enfim, joguei bastante da série, li os livros e pesquisei muito até para escrever sobre os jogos. Tenho cumprido bem minha meta de terminar os jogos, faltando, por enquanto Valhalla e Unity. E ambos pelo menos motivo.

E embora eu tenha tido boas horas jogando Assassins Creed Mirage (e ainda não ter terminado), este novo jogo é um dos melhores que joguei na franquia desde o Assassins Creed Syndicate (meu favorito). Então, vamos falar sobre o que torna Assasins Creed Shadows (site oficial) um dos mais legais dos últimos tempos e, se você ficar com dúvidas, deixe um comentário.

Embarcando numa viagem ao passado

Assim como alguns jogos mais recentes, o game começa como se você estivesse em um joogo da Abstergo e a tela inicial do jogo é similar a um menu, onde você irá escolher qual “personagem” você irá jogar aquela viagem ao passado. Ali estão Kassandra, Eivor, Basim e Naoe. Não dá para escolher os outros (é claro) e ao começar a “jogar” você ouve uma voz falando sobre a vida de Fujibayashi Naoe e Yasuke, o samurai negro que existiu e realmente detinha o título de samurai. Ao mesmo tempo, outras vozes atrapalham a transmissão e dizem que você não deve acreditar no que estão lhe dizendo. Já sabemos quem são, né?

Assassins Creed shadoows
Yasuke e Naoe

Ao começar, vemos um grupo de padres jesuítas acompanhados de um escravo negro bastante alto que é chamado de Diego. Eles afirmam que Diego é o responsável pela segurança deles naquelas terras estranhas, mas que não podem contar apenas com ele para isso e, para resolver essa questão, eles buscam uma audiência com o xogum local, Oda Nobunaga. Nobunaga chega e todos se ajoelham e curvam as cabeças, mas a presença daquele homem negro lhe chama a atenção.

Os jesuítas conseguem sua audiência, desde que Diego esteja presente. Eles oferecem um presente para Oda e pedem que seus padres possam viajar livremente pelas terras do xogum. Nobunaga concorda, desde que Diego fique com ele. A contragosto, os jesuítas concordam e Diego conversa com Nobunaga que nunca havia visto um homem negro, achando que aquilo era tinta. O xogum está impressionado com o tamanho e força de Diego e resolve que ele será seu servo a partir daquele momento.

Meses se passam e Diego, agora chamado de Yasuke, lutou várias batalhas em nome de Nobunaga e estava em mais uma, atacando a vila de Iga, onde alguns rebeldes se recusam a aceitar o comando do xogum. Yasuke, com sua força e tamanho, quebra portas de madeira apenas correndo em direção a elas e vence soldados com facilidade.

Em outro lugar, Fujibayashi Nagato e sua filha, Fujibayashi Naoe, cavalgam em direção a batalha para defender Iga do ataque de Nobunaga. Eles encontram o líder da região, Momochi Sandayu, que vai junto de Nagato atrás de Nobunaga e pede que Naoe recupere uma importante caixa que está escondida na região e dá a ela uma lâmina oculta que servirá pra que ela a porta da caverna.

Naoe cavalga até a caverna e encontra uma porta com o símbolo da Irmandade dos Assassinos entalhado nele, usa a lâmina oculta e abre a porta recuperando a caixa, mas, antes que pudesse sair, ela é atacada por um grande samurai com uma máscara branca que a derruba. Ela é encontrada por seu pai, nagato, e levada para a casa de uma amiga deles, Tomiko, que cuida de Naoe. Quando ela acorda, ela resolve tentar recuperar a caixa, indo para o Castelo Katano, onde irá achar o samurai que a roubou e recuperar a caixa.

Mas, oque acontece em seguida, é algo que muda muito a vida de Naoe.

Requisitos do Sistema de Assassins Creed Shadows

Assassin’s Creed Shadows pode ser considerado pesado, pois exige um processador forte, 16GB de RAM e uma GPU potente. Os requisitos mínimos já são altos, e os recomendados indicam necessidade de hardware moderno. Isso sugere gráficos avançados, física complexa e possível uso intenso de memória e processamento.

REQUISITOS MÍNIMOS
Requer um processador e sistema operacional de 64 bits
Sistema OperacionalWindows 10/11
ProcessadorIntel® Core™ i7 8700k/AMD Ryzen™ 5 3600
Memória16 GB de RAM
Placa de vídeoNvidia® GeForce GTX™ 1070 8GB/AMD Radeon™ RX 5700 8GB/Intel® Arc™ A580 8GB (REBAR ON)
DirectXVersão 12
Armazenamento115 GB de espaço disponível
REQUISITOS RECOMENDADOS
Sistema OperacionalWindows 10/11
ProcessadorIntel® Core™ i5 11600k/AMD Ryzen™ 5 5600x
Memória16 GB de RAM
Placa de vídeoNvidia® GeForce RTX™ 3060Ti 8GB/AMD Radeon™ RX 6700 XT 12GB/Intel® Arc™ B580 12GB (REBAR ON)
DirectXVersão 12
Armazenamento115 GB de espaço disponível

Um Mundo Mais Enxuto

Neste episódio da franquia, você joga com dois personagens: Naoe e Yasuke. Diferente de Evie e Jacob, de Assassin’s Creed Syndicate, que eram praticamente iguais em termos de jogabilidade, os protagonistas de Assassin’s Creed Shadows são bem diferentes um do outro. As habilidades que você tem com Naoe são quase impossíveis de reproduzir com Yasuke, e o contrário também é verdade.

Naoe é uma assassina no estilo mais clássico da série. Ela é ágil e furtiva, usando a lâmina oculta para realizar assassinatos silenciosos, se escondendo em arbustos, escalando paredes e realizando os famosos “Saltos de Fé” quando chega a locais altos que podem ser sincronizados. Apesar de toda essa mobilidade, ela é muito frágil em combate e pode ser facilmente derrotada se acabar cercada por inimigos.

Isso acontece porque ela usa armaduras leves e suas armas, como a katana, o tanto (uma espada curta) e o kama (uma foice pequena com corrente), não causam tanto dano quanto as de Yasuke quando a luta é direta.

Yasuke, por outro lado, é o oposto. Ele é um verdadeiro gigante, com quase 2 metros de altura, o que se destaca bastante quando comparado à altura média dos homens japoneses da época, que era por volta de 1,60 m. A furtividade simplesmente não combina com ele — tentar agir de forma discreta é praticamente pedir para falhar.

assassins creed shadows
Os Onryu

Além disso, Yasuke tem muita dificuldade para escalar paredes e árvores ou nadar, já que está sempre carregando armaduras pesadas e armas robustas, como o arco e o kanabo (um bastão de combate pesado). Seu Salto de Fé é até engraçado de assistir, mas ele compensa a falta de leveza com sua força bruta: é capaz de correr e destruir paredes e portas de madeira, atravessando qualquer obstáculo. No combate, Yasuke se torna uma verdadeira máquina de destruição, enfrentando vários inimigos de uma vez sem dificuldades.

Mesmo com essas diferenças, ambos os personagens podem explorar o mapa escalando, correndo, nadando, cavalgando e muito mais. A escolha de qual personagem usar em cada missão influencia diretamente o estilo de jogo. Pessoalmente, prefiro avançar a maior parte das missões com Naoe, já que gosto mais de agir furtivamente e entrar e sair dos lugares sem ser notado.

Outro ponto que merece destaque é o mapa do jogo, que é um verdadeiro alívio para quem está cansado dos cenários gigantescos e cheios de atividades dos últimos títulos da série. Por exemplo, eu nunca consegui terminar Assassin’s Creed Unity porque, ao olhar para o enorme mapa da França, cheio de ícones e missões, bate um desânimo só de pensar em começar. Isso não acontece aqui, porque o mapa do Japão não é tão grande quanto o dos jogos anteriores e também não é abarrotado de coisas para fazer. Ainda há muito o que descobrir e explorar, mas sem aquela sensação sufocante de ter milhares de tarefas acumuladas.

Lutando e Evoluindo na vida

Assassin’s Creed Shadows segue a tendência dos jogos mais recentes da franquia, como Valhalla e Origins, trazendo elementos de RPG para o jogo. Isso inclui momentos de decisão — que, apesar de não terem grande impacto, estão presentes — e a possibilidade de escolher o “modo canônico”, em que as escolhas seguem o que “realmente aconteceu”, sem interferência do jogador, além e opções românticas. Além disso, o jogo conta com uma árvore de habilidades, onde você pode gastar pontos para evoluir e desbloquear novos movimentos e técnicas.

Assassins Creed Shadows

Você também tem bastante liberdade para escolher e personalizar suas armas e equipamentos. Pode optar por melhorar as armas que mais gosta, desmontar aquelas que não usa para recuperar materiais e até modificar o visual dos equipamentos.

Isso significa que dá para usar um item com boas estatísticas, mas deixar ele com a aparência de outro que você ache mais estiloso, garantindo o melhor dos dois mundos — visual bacana e bons atributos. Também é possível ocultar o equipamento, caso prefira deixar o rosto do personagem visível, sem uma máscara cobrindo tudo.

Durante a jornada, você enfrentará inimigos comuns e também irá caçar uma organização secreta chamada Onryu, que funciona como uma versão dos Templários nos outros jogos da série. Para encontrar e eliminar seus membros, será preciso reunir pistas e caçar cada um deles, motivado por vingança ou outros objetivos pessoais.

Além disso, há ronins que aparecem aleatoriamente, pertencentes a uma organização desconhecida que está te perseguindo — uma ideia parecida com os mercenários em Assassin’s Creed Odyssey. Derrotar esses adversários vai garantir recompensas como armas e equipamentos melhores, mas não há um tipo de hierarquia para você subir nela.

O combate em Assassin’s Creed Shadows lembra bastante os jogos mais recentes da série, como Valhalla e Origins, mas também traz uma pegada soulslike, com bastante foco em defesa, esquiva e contra-ataque. Durante as lutas, você precisará ficar atento ao brilho da arma do inimigo. Se ela brilhar em azul, isso indica que ele está prestes a atacar e você pode dar um parry (bloqueio no tempo certo) para abrir a guarda dele e revidar.

Já se o brilho for vermelho, isso significa que o ataque será letal e não pode ser aparado, então o ideal é se esquivar para evitar o golpe. Após esquivar de um ataque vermelho, o inimigo fica vulnerável e passa a brilhar em laranja, indicando que ele está aberto para receber mais dano.

Alguns inimigos podem ser muito superiores ao seu nível. Quando isso acontece, o nome deles aparece em vermelho e você não conseguirá realizar um assassinato furtivo letal. Se o nome aparecer em amarelo, eles ainda receberão dano de ataques furtivos, mas não morrerão com um único golpe. A chave para vencer as batalhas em Assassins Creed Shadows está em equilibrar defesa, esquiva, ataque e contra-ataque, aproveitando os momentos certos para agir.

Lentidão, bugs e problemas

Não vamos fingir que estamos surpresos, afinal, estamos falando de um jogo da Ubisoft e de Assassin’s Creed, então, sabemos que o jogo teria muitos “bagus” (ou bugs, em japonês). Como é um jogo grande, com um mapa enorme de mundo aberto, é bem comum encontrar erros e problemas. E, no meu caso, esses problemas chegaram a atrapalhar um pouco a experiência de jogo.

O principal problema que enfrentei foi a lentidão para carregar texturas, objetos e até os NPCs, mesmo quando usava as configurações mais baixas. Eu tinha que esperar vários segundos, às vezes até minutos, para que as texturas aparecessem corretamente, sem contar o tempo que demorava para carregar até mesmo o HUD, o que me deixava sem saber para onde ir na hora de continuar a missão.

assassin creed
Cachorro andando de pé

Ao abrir o mapa, era mais ou menos a mesma coisa: vários minutos sem carregar as texturas, o HUD, os inimigos, os NPCs, as texturas das paredes e assim por diante. Em alguns momentos, eu via NPCs parecendo bonecos de madeira, sem rosto e sem a roupa certa, apenas aquele objeto 3D parado no meio do caminho, até que, de repente, ele se transformava no NPC e começava a andar. Também havia inimigos bípedes que se moviam de forma estranha pelo mapa e barcos que giravam no ar como se fossem pipas descontroladas.

Havia também situações em Assassins Creed Shadows que os inimigos demoravam a morrer. Eu atacava com o movimento furtivo e a Naoe não completava o golpe. Eu pressionava o botão novamente, ela fazia o movimento, mas o golpe não se completava. O inimigo ficava ali parado, olhando para ela, sem atacar e sem morrer. Eu acabava começando a atacar de forma normal e tudo funcionava, mas a demora na resposta da ação era realmente frustrante e impedia que eu jogasse no modo furtivo o tempo todo.

Não sei se o problema será resolvido, mas uma atualização que chegou alguns dias depois do lançamento melhorou um pouco a qualidade do jogo, então, imagino que alguma atualização de “Day One” acabe corrigindo isso. Vamos torcer para que isso aconteça.

Veredito sobre Assassins Creed Shadows

Assassin’s Creed Shadows é um dos melhores AC lançados nos últimos anos. O jogo tem uma história ótima, personagens interessantes e, mesmo com toda a polêmica dos “nerdolas” (não os nerds de verdade, mas os nerdolas) que espalham racismo e querem reescrever a história para apagar a figura de Yasuke, ele é muito divertido e faz com que você queira explorar todo o mapa.

Porém, vale a pena esperar alguns dias depois do lançamento para pegar o jogo, pois ele ainda não está bem otimizado e precisa de algumas atualizações para funcionar melhor. É normal que um jogo grande como esse apresente alguns problemas, então podemos relevar alguns bugs aqui e ali.

Assassins Creed Shadows

Paulo Fabris

Gráficos
Música
Jogabilidade
Diversão
Preço

Prós e Contras

Prós
+ Excelente história e personagens;
+ Mapa com um tamanho certo. Nem muito grande, nem muito pequeno;
+ Protagonistas distintos com diferenças visíveis entre eles;
+Dá para fazer carinho nos cães e gatos!

Contras
– Problemas com carregamento de texturas e HUD;
– Bugs nos NPCs que atrapalham o combate;
– Falta otimização;

4.6

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