A primeira DLC do game, A Insanidade de Vaas, de Far Cry 6 traz de volta um dos vilões mais memoráveis da série e mostra uma mente tomada pela loucura
Eu não sou tão familiar do icônico vilão da série Far Cry, Vaas Montenegro. Conheço sua cara de maluco, sentado de pernas cruzadas em uma praia. Vi alguns vídeos com a introdução do jogo Far Cry 3, mostrando ele falando com o personagem do jogador e matando sem dó os amigos dele que estavam presos em jaulas de madeira. Não conheço ele a fundo a ponto de entender exatamente o porque ele fazia aquilo.
Resolvi então que iria conhecê-lo através do Far Cry 3 e jogar sua história? Não é necessário, pois com Far Cry 6 (site oficial) A Insanidade de Vaas (Vass: Insanity) eu posso ir no melhor (ou pior) lugar do mundo para entender o porque Vaas (novamente interpretado por Michael Mando) é daquele jeito: Dentro da cabeça dele. Claro, não é um lugar muito bom para se visitar, mas é para onde o primeiro DLC do último título da franquia Far Cry irá te levar. Depois deste, reencontraremos os outros dois vilões Pagan Min e Joseph Seed.
O DLC é parte do conteúdo da Season Pass, que incluirá as DLCs e uma cópia do jogo stand alone, Far Cry 3 – Blood Dragon. Mas, não é por isso que você vai pegar esse Season Pass. É por poder passear na mente desses vilões insanos e conhecer um pouco mais deles. Se você é um fã de Far Cry e já conhece os três, então você terá um mergulho com uma profundidade maior em suas loucuras. Se não conhece, como eu, você terá uma apresentação bem interessante e terá uma forte primeira impressão sobre eles.
Far Cry 6 A Insanidade de Vaas
Eu já te falei qual é a definição de insanidade?
“Insanidade. Insanidade é fazer exatamente… a mesma merda… uma e outra vez esperando… que a merda mude… Isso. É. Louco. A primeira vez que alguém me disse isso, sei lá, pensei que eles estavam me enganando, então atirei nele. A questão é… Ele estava certo. E então comecei a ver,”
E isso é o que você fará aqui. Fará a mesma coisa tentando conseguir alcançar resultados diferentes. Você percorrerá a ilha, enfrentar hordas de inimigos, morrerá, voltará, tentará achar uma forma de fazer as coisas terem um resultado diferente. Várias e várias vezes até conseguir mudar as coisas no fim para que você saia da mente de Vaas.

Aqui a definição de insanidade também é ver inimigos surgindo de lugares estranhos, com um tipo de maquiagem de guerra, e virando pó ao morrer, vozes falando com você o tempo todo e um cenário estranho, cheio de vegetação selvagem, cores estranhas, uma torre cheia de tvs de tubo, uma versão bizarramente demoníaca do Guapo, o seu companheiro pet no jogo principal e outras coisas estranhas que aparecem na sua frente.
Por sorte, Vaas ainda sabe exatamente como uma arma funciona e você encontrará elas pelo caminho para se defender das coisas que a sua mente produz enquanto exploramos locais únicos em uma versão bizarra das Ilhas Rook, em uma tentativa de juntar chaves e escapar de sua própria cabeça. Você encontrará alguns upgrades enquanto explora a mente do vilão em uma história que mistura a açã ode Far Cry com uma pitada de roguelike.
Claro, a essência ainda é aquela, atire em tudo o que vier pra cima de você, explore um mundo grande e, no caso do DLC, não tão aberto quanto o jogo principal, mas ainda bastante grande. Florestas chuvosas, casas depredadas, apartamentos com pinturas a sangue na parede, um vulcão ativo escorrendo lava, ruínas de templos e cenários que parecem ter saído de um filme de apocalipse substituem as praias paradisíacas de Yara, bem como as músicas com um toque latino também dão lugar a composições bem mais sombrias.
Em alguns momentos você vê memórias e assiste a alguns dos seus atos mais sádicos, revivendo essas experiências, mostrando o quão perturbada é a mente do protagonista. E não só a mente dele está mais perturbada, mas, nas vezes que vemos Vaas também, por exemplo, quando entramos no meu de opções de equipamentos e inventário, ele está muito mais assustador e acabado do que antes, um estado que se reflete me sue rosto e em suas roupas. É claro que isso pode ser um reflexo de como ele mesmo se vê em frente a um espelho ou resultado dos acontecimentos do final de Far Cry 3. E sobre o final, há boas surpresas aqui para os que mergulharem na insanidade até o fim.
Sua missão é escapar da sua própria mente (se é que isso é possível), e para isso você deve recuperar três pedaços de uma lâmina para sua “irmã” Citra. A relação entre esses dois é bem mais complexa do que o que parece e, para conhecer ela, é só jogar a história de Far Cry 3. Aqui, tudo é visto pela mente distorcida de Vaas. Você também tem lapsos e visões com o protagonista do 3° jogo, Jason, e ambos falam com você enquanto você vaga por aquele mundo desconhecido. Você avança em direção a templos e busca os pedaços da lâmina e por upgrades.
A insanidade de Vaas mudou tudo em Far Cry
Você começa o jogo com uma pistola e, para liberar habilidades e novas armas, deve vagar pelo mapa recolhendo dinheiro e recursos. Cada vez que você morre, você volta para o começo do jogo, a safe house no meio de um Complexo, e perde tudo o que conseguiu, exceto seus atributos permanentes. E assim se desenrola o jogo. Ande pela mente de Vaas, recolha dinheiro e recursos para poder comprar upgrades como mais vida, a capacidade de carregar mais seringas de cura, melhorar suas habilidades de combate e mais.

Os templos também tem desafios de hordas de inimigos, vencê-los habilita upgrades de armas e permite que você compre armas melhores em sua safe house. Essas serão necessárias para você continuar o jogo, mas, ao morrer, você perde essas coisas, então, fique esperto para os seus arredores e atenção aos inimigos.
Jason será uma constante pedra no seu sapato, reaparecendo de tempos em tempos para se vingar em várias formas, armado com várias armas diferentes, enquanto Cetri constantemente fala com você sobre se tornar o guerreiro dela. Você visitará locais com memórias e, ao desbloqueá-las, verá parte da vida passada de Vaas e ganhará um pedaço da lâmina.
De resto, o game é praticamente o mesmo, com as armas e jogabilidade similar à do jogo principal, o que é normal na franquia Far Cry, que costuma fazer as DLCs usando a mesma engine do jogo principal, com alguma mudança na temática e novas skins do jogo, como foi feito com o Far Cry 3 e Far Cry Blood Dragon ou Far Cry 4 e Far Cry Primal. São jogos separados mas, são basicamente, o mesmo jogo com novas temáticas e skins. As DLCs dos vilões poderiam ser lançadas como um jogo independente? Com certeza, mas é provável que a Ubisoft esteja planejando algum futuro conteúdo stand-alone para essa nova versão do jogo em algum momento futuro.
Não confie na sua mente
Uma coisa que pode ser um ponto fraco é o fato de que o jogo é um tanto repetitivo. Talvez até pelo conceito da DLC (que faz um paralelo com a definição de insanidade) o jogo não adicione muta variedade a mistura. Na maior parte do tempo você explorará a ilha, tocará um altar, uma horda de inimigos que você deve matar ira aparecer e você ganhará um upgrade de arma. Vá a safe house, gaste tudo com seus upgrades de armas ou upgrades permanentes e volte a explorar, enfrente mais uma horda e continue nisso até pegar todas as partes da faca.
Fora isso, em todo o meu gameplay eu tive um problema e podemos dizer que ele foi um problema sério: Por algum motivo, o jogo não salvou meu progresso na campanha! Isso foi algo que me deixou muito “maluco”. Eu fui até um grande navio dentro de um vulcão, matei hordas de inimigos, três clones do Jason (e quando ele vem com o lança-chamas prepare-se para xingá-lo muito) e finalmente consegui uma das peças da Lâmina.
Voltei ao meu bunker, a safe house, pois só lá é possível salvar e sair do jogo, e, quando retornei, não tinha mais a faca! Por um minuto pensei que eu poderia ir até o lugar e pegar a faca novamente, sem ter que passar por todos os inimigos, mas não. Foi necessário matar hordas de inimigos e aquele Jason com o lança-chamas outra vez e pegar novamente a adaga.
Não sei se isso era para acontecer propositalmente ou se foi realmente um problema do jogo, mas, se você vai jogar, é melhor ficar bem atento quanto a isso. Talvez seja necessário fazer tudo em apenas uma jogada? Não sei. Preferi não arriscar e ir até o fim de uma vez só e pegar tudo o que era necessário.
Veredito de Far Cry 6 A Insanidade de Vaas
A DLC é tão boa quanto o seu jogo principal! Em aspectos técnicos e visuais, A Insanidade de Vaas é tão bonita quanto o jogo principal, mesmo nas qualidades mais baixas. Nas qualidades altas e com o ray tracing ligado, quem pode ficar maluco é você! São tantas telas de TV com imagens e praias, mata, é tudo tão espetacularmente bem construído que, na parte gráfica o jogo é sem defeitos.

Fora isso, acredito que o único problema que encontrei foi a perda do progresso, mas, como disse, não sei se é um problema ou se foi proposital. Considerando que, as memórias que você desbloqueia ao pegar os pedaços da lâmina se mantiveram no meu save, então, é bem provável que tenha sido algo proposital e não um bug. Se você estiver a fim de explorar a mente insana do vilão é melhor reservar uma tarde inteira para isso.
Por último, se você não conhece o vilão de Far Cry 3 é possível que você não aprecie toda a beleza da mente insana de Vaas Montenegro, perca referências e alguns easter eggs escondidos nas telas de Tv e nas falas dele e de Citra, mas ainda é possível aproveitar muito do jogo e, isso aumenta ainda mais a curiosidade de se jogar Far Cry 3 e aproveitar para conhecer o resto da série. Considerando que o jogo ficou grátis algumas vezes no Ubisoft Connect, nada mais justo do que ir visitar a ilha de Rook em sua aparição original.
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