Outra viagem por uma mente insana com a DLC Far Cry 6 Pagan Min Controle
Novamente, assim como disse em meu review de Far Cry 6 A Insanidade De Vaas, tenho muito pouco conhecimento sobre a vida dos vilões da série. Assim como só conhecia Vaas Montenegro de alguns poucos vídeos, trailers e introdução do jogo, Pagan Min, o vilão de Far Cry 4, também não é muito mais minha área de especialidade no mundo dos jogos. De Pagan Min, o que eu sei mais é um tipo de “easter egg” do jogo que permite que você termine o game em poucos minutos.
Atenção spoiler: Quando Pagan min diz para você, no começo do game, para que você espere por quinze minutos que ele voltará para te buscar, se você esperar mesmo, ele realmente voltará e te levar embora no helicóptero dele e você termina o game.
Não é o mesmo final, mas é interessante ver como a Ubisoft teve essa ideia de fazer algo diferente caso você apenas fique em um lugar. Se você quiser ver esse final alternativo, e não se importar com spoilers, ao som de The Clash, é só ver o vídeo abaixo.
Este DLC de Far Cry 6 (site oficial) também faz parte do conteúdo Season Pass, junto com as DLCs de Vaas, lançada em novembro do ano passado, e a vindoura DLC focada em Joseph Seed, de Far Cry 5. Além desses DLC, a Season Pass inclui uma cópia do stand alone Far Cry 3 – Blood Dragon, Aqui, as coisas se aprofundam muito mais na mente egocêntrica e psicopata de Pagan Min, o líder/ditador/rei ou qualquer outro título que você quiser dar a ele, do país de Kyrat (uma nação fictícia fortemente inspirada em locais da região Himalaia do Nepal).
Pagan é novamente interpretado pelo ator Troy Baker (que também deu voz a Coringa em Batman: Arkham Origins e Batman: Assault on Arkham e Talion em Middle-earth: Shadow of Mordor), e no controle deles estamos em uma versão alternativa e distorcida de Kyrat, vista pela ótica do rei e repleta de inimigos do grupo “terrorista” Caminho Dourado, porém, assim como na DLC anterior, esses inimigos são apenas uma sombra das pessoas mortas e estão cheias de raiva, loucos para pegar um pedaço seu. Como isso acabar? Depende de você!
Far Cry 6 Pagan Min Controle
Uma jornada pela vaidade
Controle: Pagan Min começa com uma bela imagem de uma família luxuosa e feliz, juntas para tirar uma foto. Quem vai tirar essa seelfie, claro, é Pagan Min, que dá uma breve instrução a mãe da criança para que a deixe um pouco mais enquadrada no ecrã até que surge rapidamente uma sombra de Pagan e dá um tiro na criança. Furioso, Pagan exige saber quem fez aquilo e a resposta ele sabe: ele mesmo! A introdução ao jogo aqui é extremamente curta comparada ao começo do game do Vaas.

“Você não pode esconder a verdade. Não aqui”, diz a sombra perturbada e psicopata de Pagan. Depois somos guiados pela voz de Lakshmana, a filha pequena de Pagan, para irmos até o espelho e recuperarmos nosso HP. Depois, a voz de Mohan Gale, uma personagem importante na saga de Far Cry 3 (se quiser saber quem é, só jogar), nos instrui a pegar as armas. Nesse ponto, já deu para notar que o sistema de evolução e armas será exatamente igual ao DLC do Vaas.
Não somente o sistema de upgrade e armas, mas todo o jogo em si (o que nos faz assumir que o DLC focado em Joseph também será igual). Você vai atrás de três pedaços de uma máscara para “esconder seus defeitos” e, a cada vez que você morre, você será reiniciado, perdendo tudo o que coletou, exceto os upgrades permanentes que você comprará com uma “moeda” chamada Respeito, um item que é dropado dos inimigos ao morrer.
Assim como em Vaas: Insanidade, você explorará esse mundo aberto, explorará locais familiares ou não, distorcidos pela visão de Pagan, para recuperar esses itens. Você enfrentará hordas de inimigos para recuperar os pedaços da máscara, ganhar upgrades de armas ou poderes extras que irão ajudá-lo na sua luta para “recuperar sua família e sua amada Lakshmana” (claro, isso é o que Pagan quer acreditar, mas a voz da sua versão sombria não vai deixar você esquecer da verdade.
Aqui a “verdade” é o seu grande vilão e é contra ela que a mente de Pagan está lutando. Seu mundo, sua versão perfeita de Kyrat, da sua família e de si mesmo está manchada pela verdade e pela feiura. Sua missão, como um rei majestoso, é limpar isso, resgatar sua amada filha Lakshmana e mostrar a todos o quão magnânimo você é, mas é claro, isso é o que torna Pagan um dos mais insanos e perigosos vilões da franquia Far Cry, pois, quem jogou o terceiro jogo sabe que nada do que ele vê em sua própria cabeça é a verdade.
Pagan é egocêntrico e vaidoso, odeia ser confrontado com a real natureza de seus atos e se vê como um grande e piedoso rei dourado que enfeita o mundo, mas conforme o jogo avança, você é posto frente a frente com a realidade e combate isso. Você vai guiá-lo por esse mundo de vaidade e mentiras.
O mundo de Pagan Min é lindo…
A versão da mente de Pagan Min da nação de Kyrat pode ser falsa e mentirosa, baseada apenas no ego dele, mas, vamos admitir: ela é linda! Visualmente, Far Cry 6 Pagan Min: Controle é lindo! Mais bonito que Yara e muito mais bonito que a versão apresentada na DLC anterior das Ilhas Rook. Também arrisco dizer que o próximo DLC de Joseph, cujo a localização original era baseada nas cidades do interior dos Estados Unidos, consiga superar essa versão de Kyrat.

O cor-de-rosa, azul e dourado predominam em todo o cenário, criando um espetáculo visual com árvores, corredeiras e palácios de ouro magníficos. O lugar é incrivelmente belo e detalhado, mas diferente do cenário da DLC de Vass, em que as coisas eram sim bonitas, mas desgastadas, velhas e destruídas, aqui, o que predomina é a beleza das paisagens que remetem a locais como a Índia e seus enormes palácios dourados ou aqueles filmes de Bollywood, em que todos usam roupas muito coloridas e muito dourado.
Mesmo os inimgios estão cobertos de um tipo de tinta rosa e azul e amarela (o que pareceria uma boa forma de encontrá-los pelo cenário, mas como tudo tem as mesmas cores, eles acabam camuflados), animais selvagens estão usando joias douradas no pescoço e, quando eles morrem, explodem em uma nuvem colorida. Durante a noite, os inimigos mortos voltam na forma de fantasmas kamikaze que avançam contra você e explodem causando dano.
Na verdade, você não precisa ir muito longe para ver os belos cenários criados pela Ubisoft nesse game. É possível ver uma bela paisagem logo no começo do jogo, com uma enorme versã ode Pagan Min gigante nos céus. De fato, essa DLC é um dos jogos mais bonitos que vi nos últimos tempos.
…Porém, um pouco repetitivo
Novamente, assim como o DLC de Vaas, Far Cry 6 Pagan Min: Controle sofre do mesmo problema: a repetição! Aqui você fará exatamente o mesmo que fez em Vaas: Insanidade. Vá a um lugar, ative uma estátua ou totem, enfrente uma horda de inimigos, debloqueie um item ou poder. Se morrer vai voltar a estaca zero e repetir as mesmas coisas várias e várias vezes. Se você gostou do DLC anterior, vai amar e, muito provavelmente, vai gostar do próximo também. Se não, então, pode ser um problema.
Vamos ser sinceros: o próprio Far Cry não é muito diferente do que ir a locais, enfrentar hordas e recolher itens. Mas, a questão de retroceder do zero em todos seus recursos iniciado nessas DLCs tornam a tarefa ainda mais repetitiva do que no jogo principal. Além disso, os aliados, como o Guapo ou Chorizo, ainda adicionam um pouco mais de variedade e estratégia. É possível variar um pouco o gameplay com veículos e outras formas de armas, mas, é pouco.

Sem contar que, dentro do jogo principal, ser furtivo é uma opção de variar sua estratégia. Aqui, ser furtivo é muito complicado pois os inimigos parecem ter um senso sobrenatural de visão. Eles estão longe e já começa a subir rapidamente a barra do “desconfiômetro” vindo de um lado que você nem imaginava que poderia ter alguém lá. Não é incomum momentos em que você começa a ser alvejado por balas sem nem saber de onde estão vindo os tiros. E durante o anoitecer, os fantasmas correm para cima de você como se não houvesse um amanhã. Ser furtivo aqui é inviável.
O jeito é ligar o “modo Rambo” e sair correndo e atirando em tudo e todos que você conseguir ver e matar. Não dá para ser muito mais estratégico do que isso, então, junta a ausência de coisas como os veículos ou aliados, hordas e hordas de inimigos que vem correndo na sua direção para te matar sem ter o mínimo de amor a vida e o fato de você perder todo seu progresso caso morra e você terá horas e horas de “mais do mesmo” nas mãos.
Veredito sobre Far Cry 6 Pagan Min
Claro, tudo isso não é uma questão do jogo ser ruim ou bom, e sim uma questão de estilo. Como já falei em alguns dos meus reviews anteriores, não sou o maior fã de jogos de FPS e isso pode afetar um pouco o meu julgamento, mas, ficar apenas enfrentando hordas de inimigos e repetindo isso diversas vezes não é o meu estilo de jogo preferido. Por outro lado, o jogo carrega um sem número de outras qualidades que me fazem continuar avançando.
Personagens incríveis, histórias bem construídas e lindas músicas e cenários são ingredientes que dã ao esse FPS repetitivo um tempero especial que deixa o parecido com uma bela refeição jogo gostosa que carrega algum ingrediente que você não gosta, mas, no fim, é tão boa que dá para relevar o gosto daquilo que você não gosta. Apenas seria interessante se a EA adicionasse no próximo um pouco mais de variedade, o que parece improvável, já que os três DLC devem seguir a mesma linha de jogo ao estilo “roguelike”.
Uma pena pois, a questão de “fazer a mesma coisa e esperar um resultado diferente” combina perfeitamente com a mente insana de Vaas, mas, para Pagan Min e sua enorme vaidade poderia render um jogo com um estilo diferente e abrir a possibilidade de que o DLC de Joseph seja algo único. Oque provavelmente não acontecerá e acabaremos com um terceiro DLC que será novamente o mesmo prato gostoso, mas, com aquele ingrediente que poderia ficar de fora dessa vez.
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