Quatorze anos depois de sua última aventura, Joe Musashi empunha novamente sua katana e ensina a arte da vingança em Shinobi: Art of Revenge
A SEGA tem feito uma estratégia de trazer de volta os seus jogos antigos e inesquecíveis IP’s de volta pelas mãos de desenvolvedores menores ou indies e, até o momento, tem dado certo. Sonic Mania veio pelas mãos da Headcannon, um estúdio criado por Cristian Whitehead, um desenvolvedor que fazia fangames do Sonic e criou uma engine própria para replicar a física dos games 16-bits.
Depois foi a vez de Streets of Rage 4, que veio pelas mãos da DotEmu, e também replicou a fórmula dos games anteriores e foi elogiado pelos fãs por não tentar inventar ou modificar oque funcionava nos jogos da era 16-bits. Trouxe os personagens já conhecidos mais velhos (exceto a Blaze), marcados pelo seu passado e endurecidos mas prontos para continuar sua busca por justiça e acabar com o crime.
Agora é a vez de Shinobi: Art of Revenge (site oficial), um novo jogo da série Shinobi, desenvolvido pelo estúdio Lizardcube, o mesmo estúdio que tinha feito aquele remake bonito de Wonder Boy. E já adianto: o resultado é muito bom, mas não é perfeito.
Quem esperava o retorno definitivo de Joe Musashi vai encontrar um jogo estiloso, com combates viciantes e visuais de encher os olhos, mas também vai se irritar em alguns momentos com pulos imprecisos e uma campanha que acaba antes do que deveria. Vamos falar então sobre esse novo game e, se ficar com dúvidas, deixe um comentário.
Shinobi: Art of Revenge
O Retorno do Clã Oboro
A história gira em torno de Joe Musashi, o último sobrevivente do clã Oboro. Após um ataque devastador à sua vila natal, Musashi encontra seu povo transformado em pedra por uma força misteriosa. Determinado a vingar sua linhagem e descobrir a verdade por trás da tragédia, ele enfrenta a poderosa ENE Corporation e seu líder, Lord Ruse.

Ao longo de sua jornada, Musashi é acompanhado por seu leal cão Yamato e conta com a ajuda de aliados inesperados, como sua jovem aprendiz chamada Tomoe, que o auxiliam a rastrear e confrontar os responsáveis pela destruição de seu clã. Joe e seus aliados devem percorrer os locais frustrando os planos da ENE Corp e de Lord Ruse.
Visual Caprichado
A primeira coisa que chama atenção é o visual. O jogo parece uma mistura de quadrinho japonês feito à mão com tecnologia moderna. Os cenários são todos bem trabalhados: mercados cheios de detalhe, desertos poeirentos, laboratórios iluminados, tudo com um capricho que impressiona. Joe Musashi também está impecável, cada golpe e cada movimento dele tem uma fluidez que deixa qualquer ação bonita de assistir. É aquele tipo de jogo que você dá pause só para olhar o cenário e perceber os detalhes que tinham passado batido.
Mas se o jogo fosse só bonito não teria graça. O que pega mesmo é o combate, e aqui ele acerta em cheio. A jogabilidade é rápida e responsiva, com golpes leves e pesados, kunais, ninjutsus e até um especial que finaliza inimigos de forma bem estilosa. O jogo te incentiva a variar e não ficar preso em um só tipo de ataque.
Cada encontro de combate é meticulosamente elaborado, exigindo que o jogador se mova e pense como um ninja, correndo pelo ambiente para eliminar alvos vulneráveis antes de se concentrar em derrubar inimigos maiores. Joe tem uma série de combos desbloqueáveis à sua disposição, muitos deles trazendo um malabarismo bem-vindo, semelhante ao de Dante em Devil May Cry, permitindo que você derrube inimigos no ar antes de desferir uma série de golpes e então fazer a transição perfeita para um dos ataques especiais variados e visualmente explosivos à sua disposição.

No final das contas, o combate se resume a gerenciar o espaço, separar os inimigos e lutar contra eles nos seus próprios termos, pois é muito fácil ficar sobrecarregado com seus números se você apenas apertar botões. Lizardcube também impõe outras exigências ao jogador, variando os encontros incorporando curandeiros, atiradores, e pequenas coisas que têm grande prazer em explodir na sua cara para manter as coisas interessantes. O desafio é grande, mas justo, levando você ao seu limite e garantindo que você faça por merecer seu caminho até o chefe.
Os níveis que você visita são lineares, mas estão repletos de segredos se você sair do caminho principal. Você tem acesso a um mapa do estágio que é preenchido enquanto você explora a área e marcará a posição de portões trancados, alavancas ou relíquias escondidas, para que você possa revisitar esses locais quando aprender novas habilidades.
Portais vermelhos giratórios que lembram redemoinhos mostram exatamente onde o inimigo aparecerá, dando a você a chance de sair do caminho, e desafios opcionais, como batalhas do Elite Squad, recompensam os jogadores com melhorias raras. Você também poderá desbloquear novas habilidades com um vendedor que aparece pedindo relíquias que você coleta durante a fase.
As lutas contra chefes são os pontos altos, sempre exigindo que você preste atenção nos padrões e reaja no tempo certo. Não é só sair batendo, você tem que aprender como cada inimigo funciona e se adaptar, o que deixa cada vitória ainda mais satisfatória.
Outro ponto que ajuda é a forma como o jogo lida com dificuldade. Se você só quer curtir o visual e não tem paciência para morrer vinte vezes na mesma parte, existe um modo mais acessível. Mas se você é do time que gosta de suar e se testar ao máximo, também tem modos bem mais desafiadores.

Dá até para customizar a experiência. Isso, junto com os segredos escondidos e relíquias que dão melhorias, faz você querer explorar de novo as fases. E o fast-travel entre os pontos de salvamento deixa tudo mais prático, já que não precisa repetir trechos inteiros para pegar o que ficou para trás.
Só que nem tudo funciona
A parte de plataforma é onde o jogo tropeça. Quando o desafio é bater em inimigos, está tudo certo. Mas quando você precisa acertar pulos precisos ou escalar áreas secretas, a coisa complica. O personagem às vezes não agarra onde deveria, ou o salto parece escorregar, e isso gera frustração. Não é todo o tempo, mas basta uma parte que exige perfeição para mostrar a limitação. Outro ponto é que a campanha principal não dura tanto: em seis ou sete horas você já chega ao fim se não ficar caçando segredos. Dá para alongar explorando mais, mas nem todo mundo vai ter paciência para isso.
Também tem uns detalhes menores que atrapalham, como quedas de desempenho em momentos muito caóticos, quando tem explosão, inimigo e efeito visual demais ao mesmo tempo. O mapa também não ajuda muito: ele marca segredos já pegos como se ainda estivessem lá, o que pode confundir. E às vezes a câmera deixa inimigos escondidos atrás de elementos do cenário. Nada disso quebra o jogo, mas soma na lista de coisas que poderiam estar mais polidas.
Shinobi: Arte da Vingança traz de volta memórias dos primeiros títulos da franquia, mas também atualizou muito nesta nova adição à série. A variedade no sistema de combate, os lindos visuais desenhados à mão e as desafiadoras lutas contra chefes fazem dele uma adição valiosa ao Shinobi legado.
Embora a plataforma possa parecer um pouco frustrante às vezes e alguns dos ataques especiais sejam difíceis de utilizar quando você realmente precisa deles, no geral o jogo é uma mistura desafiadora de ação ninja da velha escola com design de jogo moderno, com pontos de verificação frequentemente salvando seu progresso.
Veredito sobre Shinobi: Art of Vengeance
No fim das contas, Shinobi: Art of Vengeance é um ótimo retorno, mesmo com os defeitos. Ele não é perfeito, não é o jogo que vai agradar todo mundo, mas entrega exatamente o que se espera de um Shinobi: ação rápida, combate preciso e aquele estilo único que sempre marcou a série. Se você é fã antigo, vai ficar feliz de ver Joe Musashi de volta em grande forma. Se nunca jogou, é a chance de conhecer um dos ninjas mais icônicos dos videogames num dos melhores pacotes que a série já teve em décadas.
Shinobi: Art of Revenge

Prós e Contras
Prós
+ Visuais 2D gloriosos de primeira classe;
+ Combate suave e repleto de combos que emociona com seus efeitos;
+ Lutas contra chefes impressionantes;
Contras
– Acaba cedo demais;
– Segredos permanecem no mapa, mesmo depois de desbloqueados;
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