Prince of Persia: The Lost Crown Mobile – Entrega mais do que Promete, mas não sem Tropeços

Sargon está de volta em The Lost Crown Mobile e entrega a mesma qualidade do jogo original em telas menores

Quando a Ubisoft (site oficial) anunciou que Prince of Persia: The Lost Crown chegaria também aos celulares, a reação natural dos jogadores é achar que jogos lançados no mobile são lançados só por lançar, em versões capadas, com controles quebrados ou visuais inferiores. Mas esse não é o caso aqui.

Dá pra dizer que essa versão é um bom exemplo de como portar um jogo para o celular. Sim, é o mesmo jogo lançado no começo de 2024 pra consoles e PC com a mesma estrutura, a mesma proposta, o mesmo combate. Só que agora literalmente na palma da sua mão — e sem perder o que importa.

Recebi o convite da Ubisoft para testar o jogo em primeira mão, assim como também tive o prazer de receber deles a chave para o game original, e posso dizer que Lost Crown mobile é uma ótima adaptação do game original e uma bela porta de entrada para quem quer curtir o gênero metroidvania em qualquer lugar.

Vamos então falar sobre a conversão para mobiles do game Prince of Persia: The Lost Crown e, se você ficar com dúvidas, deixe um comentário.

Procurando a Coroa Perdida novamente

A conversão de The Lost Crown para mobile é um mérito por si só. O jogo é grande, cheio de conteúdo, com mais de 20 horas de campanha se você quiser fazer tudo, e mantém o nível de qualidade das outras versões. Desde os gráficos até o gameplay, passando pelo sistema de progressão, o jogo não parece cortado por estar em uma tela menor. Sabe as versões de jogos para consoles inferiores que aconteciam na época dos 16-bits para os 8-bits? Então, não foi assim que as coisas aconteceram aqui.

TítuloPrince of Persia:The Lost Crown
GêneroAção e Aventura
DesenvolvedorUbisoft
DistribuidorUbisoft
Responsável pelo PortUbisoft
Requisitos Mínimos
Sistema Operacional (Android)Android 7 ou superior
Sistema Operacional (iOS)iOS 14 ou superior
Processador (Android)Desempenho médio recomendado
Processador (iOS)Chip A12 Bionic ou superior
Memória (Android)4 GB de RAM
Memória (iOS)4 GB de RAM
Armazenamento (Android)Recomendado espaço suficiente
Armazenamento (iOS)Recomendado espaço suficiente
Requisitos Recomendados
Sistema Operacional (Android)Android 8 ou superior
Sistema Operacional (iOS)iOS 15 ou superior
Processador (Android)Desempenho alto recomendado
Processador (iOS)Chip A14 Bionic ou superior
Memória (Android)6 GB de RAM ou mais
Memória (iOS)6 GB de RAM ou mais
Armazenamento (Android)Recomendado espaço adicional
Armazenamento (iOS)Recomendado espaço adicional

Se você jogar no iPad, por exemplo, pode até esquecer que está em um dispositivo mobile. E mesmo em celulares, o jogo se mantém estável, com visual bonito e performance decente, principalmente em aparelhos mais modernos.

Assim como no jogo original, você não joga com o “Príncipe”, mas com Sargon, um novo personagem cheio de presença. Ele é um dos imortais, espécie de elite real, e a missão é resgatar o príncipe sequestrado, enfrentando uma montanha amaldiçoada cheia de armadilhas, criaturas bizarras e distorções temporais. A trama é cheia de traições, conspirações e reviravoltas — sem spoiler aqui, claro — e cumpre bem o papel de te manter engajado.

A ambientação também ajuda. Cada área do mapa tem uma identidade visual e sonora bem marcada, o que ajuda na imersão. A trilha sonora merece destaque: ela entra na hora certa, muda de ritmo nas batalhas e nunca incomoda. Não é o tipo de trilha que vai grudar na cabeça, mas cumpre bem sua função.

Visual leve na medida certa

A direção de arte cartunesca do jogo que vemos nos consoles e no PC realmente brilha aqui. Em vez de tentar parecer realista e falhar miseravelmente, a Ubisoft apostou em um estilo visual único (algo que ela tentou no jogo seguinte também, The Rogue Prince of Persia, mas não deu tão certo) que combina muito com o mobile. O uso de cores fortes, efeitos bem definidos e animações limpas ajudam o jogador a entender o que está acontecendo, mesmo em telas menores.

Prince of Persia:The Lost Crown mobile
Prince of Persia:The Lost Crown

Em termos de performance, o jogo roda a 60 FPS na maioria dos dispositivos intermediários e top de linha. Testes em aparelhos como o Galaxy S23, iPhone 13 e iPad Air de quinta geração mostram que o jogo se comporta bem, sem travamentos ou engasgos. Em alguns casos, como no iPad com chip M1, houve alguns stutters no prólogo, mas nada que quebrasse a experiência.

Ainda assim, seria bom ter opções de ajuste gráfico, o que ainda não existe. Também não há suporte a 120Hz, o que pode incomodar quem tem aparelhos compatíveis, mas isso é detalhe — o importante é que roda bem e é bonito.

Controles e customização

Agora, o ponto que mais preocupa quem joga no celular: os controles. E aqui dá pra dizer que a Ubisoft acertou. O jogo é totalmente jogável com toques na tela, e há várias opções de personalização. Dá pra mudar o layout, ajustar posições dos botões e até ativar facilidades como ataques automáticos, poções automáticas e até assistência pra grudar nas paredes. Isso não quer dizer que o jogo ficou fácil — essas opções existem pra tornar a experiência mais prática, não pra facilitar demais. A qualidade da sua tela, da película que você usa e se seus dedos ficam suados e engordurados rápido ou não, vai de você.

Mas, se você tiver um controle à mão, aí a experiência fica ainda melhor. Controles de Xbox, PlayStation e até alguns genéricos foram testados e funcionam sem dor de cabeça. A resposta é precisa, não há delay perceptível, e tudo acontece de forma natural. Combos, esquivas, ataques direcionais e até as partes de plataforma com armadilhas milimétricas funcionam bem. É até surpreendente o quão responsivo o jogo é mesmo no toque, mas com controle, vira outra coisa.

Metroidvania na veia

Pra quem não jogou ainda, The Lost Crown é um metroidvania que mistura ação, exploração, combate técnico e puzzles. O mapa é extenso, cheio de caminhos trancados por habilidades que você só desbloqueia depois de horas de jogo, e tem vários segredos escondidos em áreas opcionais. Tem espaço pra jogador que gosta de sair explorando tudo, e também pra quem prefere uma ajudinha: o jogo tem dois modos de navegação — um livre, onde você se vira totalmente, e outro guiado, com ícones no mapa mostrando pra onde ir.

O sistema de progressão segue a lógica clássica do gênero: quanto mais você avança, mais habilidades desbloqueia, o que permite acessar novas áreas. Tem pulo duplo, avanço aéreo, manipulação do tempo, criação de sombra temporal… cada nova mecânica muda um pouco a forma de jogar e de se mover pelo mundo. Isso mantém o ritmo do jogo sempre interessante, mesmo depois de várias horas.

Encontrar uma passagem escondida, resolver um quebra-cabeça ou vencer um desafio de plataforma pra pegar um amuleto ou melhorar uma habilidade sempre dá aquela sensação de conquista. E como o mapa é cheio de caminhos interligados, cada pequena conquista acaba abrindo novas rotas pra explorar.

Ao longo da jornada, você vai coletar amuletos que funcionam como acessórios. Eles dão bônus variados — desde aumentar o dano até detectar baús ou inimigos por perto. Só que dá pra equipar um número limitado, e aumentar esse limite exige encontrar salas secretas específicas. É aquele velho equilíbrio: você precisa escolher o que vai priorizar, e isso dá uma camada extra de estratégia pro jogo.

Além disso, o hub principal (chamado Zona das Árvores Wakwak) tem NPCs que ajudam na progressão: a menina que vende mapas, o mago que melhora poções, a ferreira que upa suas armas, e o guerreiro que te dá desafios opcionais. Isso ajuda o jogador a se sentir sempre evoluindo, mesmo fora do combate direto.

Dificuldade justa, mas punitiva

The Lost Crown é desafiador, especialmente nas dificuldades mais altas. Os inimigos batem forte, os chefes exigem leitura de padrão e tempo de reação rápido, e morrer significa voltar ao último checkpoint — que nem sempre está tão perto assim. A inspiração em jogos como Hollow Knight e até Soulslike é clara: o jogo recompensa paciência e atenção, não o jogador que sai apertando botões.

Prince of Persia:The Lost Crown
Prince of Persia: The Lost Crown

Ainda assim, dá pra ajustar a experiência. Existem quatro níveis de dificuldade e várias opções de customização: você pode aumentar o dano que o inimigo causa, reduzir o seu, mudar a frequência dos checkpoints, entre outras coisas. A ideia é que cada jogador encontre o equilíbrio ideal entre desafio e diversão.

E falando nos chefes, eles são um dos pontos altos do jogo. Lutas longas, cheias de fases diferentes, com momentos em que tudo exige precisão absoluta. Não é exagero dizer que morrer faz parte do processo — é estudando os padrões dos chefes que você aprende como vencer. Mas, quando a vitória vem, a sensação de conquista é real.

Monetização

Diferente de muitos jogos mobile que apelam pra microtransações e energia limitada, The Lost Crown é um jogo premium. Você pode baixar de graça, jogar o tutorial e o começo da história, e depois, se curtir, pagar pra liberar o jogo completo. No lançamento, o preço promocional era de R$ 9,90, mas o valor cheio é R$ 79,90 — o mesmo das outras plataformas.

Pensando no que o jogo entrega, esse preço é justo. É uma experiência completa, sem pegadinhas, sem anúncios, sem pay-to-win. Se você quer um jogo mobile de verdade, daqueles que você joga por horas, explora, vence chefes e sente que fez algo, esse aqui vale o investimento.

Podia ser melhor

O controle por toque, por mais personalizável que seja, não substitui a precisão de um controle físico — especialmente em momentos de combate mais frenético ou nas sequências de parkour que exigem tempo perfeito. A Ubisoft até tentou contornar isso com assistências automáticas, mas nem sempre elas resolvem.

Em alguns dispositivos, principalmente os de entrada ou intermediários, há relatos de quedas de desempenho pontuais, como engasgos na transição de áreas ou travadas durante o carregamento de efeitos visuais. Também pesa o fato de o jogo não permitir ajustes gráficos mais finos, como taxa de quadros ou resolução, o que acaba limitando a experiência para quem tem aparelhos mais potentes.

Por fim, o preço pode ser um obstáculo: embora o conteúdo entregue valor, R$ 79,90 ainda é considerado alto para o mercado mobile, onde a expectativa gira em torno de preços mais acessíveis — mesmo em jogos premium.

Veredito Final sobre Prince of Persia: The Lost Crown

Prince of Persia: The Lost Crown no mobile é, com tranquilidade, um dos melhores jogos disponíveis na plataforma atualmente. A adaptação foi feita com cuidado, respeito ao material original e um foco claro na experiência do jogador. Ele não tenta reinventar a roda, mas executa tudo com competência: visual bonito, performance sólida, gameplay afiado, conteúdo duradouro e acessibilidade na medida certa.

Prince of Persia: The Lost Crown

Paulo Fabris

Quem já curte o gênero ou o Prince vai se sentir em casa. Quem nunca jogou um metroidvania vai encontrar aqui uma ótima porta de entrada. E o melhor: no seu ritmo, no seu tempo, e no seu bolso. Literalmente na palma da sua mão.
Gráficos
Música
Jogabilidade
Diversão
Preço

Prós e Contras

Prós:
+ design artístico atraente;
+ conteúdo extenso e rejogável;
+ suporte completo a controles físicos.

Contras:
– controles por toque limitados;
– faltam opções gráficas avançadas;
– preço elevado para o padrão mobile.

3.4

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