Towa and the Guardians of the Sacred Tree é um título cheio de boas ideias que acabam ofuscadas por problemas de ritmo, repetição e balanceamento.
Quando Towa and the Guardians of the Sacred Tree (site oficial) foi anunciado, a expectativa era alta. Um novo roguelite publicado pela Bandai Namco, desenvolvido pelo estúdio japonês Brownies Inc., que prometia unir combate rápido, narrativa carregada de emoção e um sistema de progressão entre runs que lembrava o que Hades fez de melhor.
O pacote ainda vinha acompanhado de uma trilha sonora assinada por Hitoshi Sakimoto, nome conhecido por clássicos como Final Fantasy Tactics e Vagrant Story. A proposta parecia promissora: dois protagonistas controláveis, vilas que mudam com o tempo, armas forjadas de forma personalizada e um estilo visual vibrante.
Mas será que o jogo conseguiu entregar tudo isso de forma satisfatória? Vamos falar sobre o jogo e, se ficar com dúvidas, deixe um comentário.
Towa and the Guardians of the Sacred Tree
Um jogo bonito e bem apresentado
Towa and the Guardians of the Sacred Tree tem identidade e alguns pontos que realmente se destacam, mas tropeça em questões de execução que impedem que ele chegue ao mesmo patamar dos grandes nomes do gênero.
O estilo visual é vibrante, cheio de cores, com personagens que parecem saídos de um anime e cenários variados que não cansam os olhos. Desde as florestas místicas até as áreas mais sombrias, o jogo tem um cuidado artístico que ajuda a manter a imersão mesmo quando a jogabilidade começa a se repetir. E essa atmosfera ganha ainda mais força com a música, já que a trilha sonora de Sakimoto é um ponto alto, com composições orquestradas que conseguem dar peso às batalhas e também trazer momentos mais calmos dentro da vila de Shinju, que serve como base do jogador.

Essa vila, aliás, é outro destaque. Diferente de outros roguelites que usam hubs apenas como locais de upgrade, em Towa ela é um organismo vivo que muda com o tempo. NPCs envelhecem, alguns morrem, outros nascem, e o jogador acompanha o passar das décadas em cada detalhe. Isso dá uma sensação de continuidade rara no gênero, como se o mundo estivesse se transformando mesmo enquanto você falha e recomeça as runs.
O sistema de progressão
Cada run não é só uma tentativa aleatória: o jogador vai acumulando recursos que podem ser usados para forjar espadas, melhorar habilidades e expandir a vila.
A forja de armas, que envolve minijogos e escolhas de materiais, é bem-vinda por adicionar variedade e dar um senso de personalização ao combate. Além disso, a construção de novas estruturas na vila abre possibilidades diferentes, como lojas, áreas de treino ou locais para conversar com NPCs que oferecem benefícios indiretos.
Essa mistura de progressão individual com evolução da comunidade dá a sensação de que você está sempre avançando, mesmo quando morre cedo em uma run. A diferença é que, enquanto em outros jogos esse avanço pode ser apenas numérico, aqui ele também é narrativo e social. Ver a vila se transformar ao longo de décadas cria uma ligação emocional maior com o cenário e com os personagens que ali vivem.
Combate interessante, mas tem tropeços
No coração de Towa está o combate, e é justamente aqui que o jogo divide opiniões. A ideia central é controlar dois personagens em conjunto. Tsurugi é o espadachim que enfrenta os inimigos corpo a corpo, enquanto Kagura atua como suporte, usando magias e habilidades especiais para dar vantagem ao parceiro. Essa dualidade é elogiada como conceito: ela traz um ritmo diferente, com a necessidade de coordenar ataques e habilidades entre os dois.

Além disso, há o sistema de espadas, que possuem durabilidade limitada. O jogador carrega duas por vez e precisa alternar entre elas para evitar que uma quebre em meio à batalha. Cada espada tem características próprias, com diferentes estilos de ataque, e escolher as combinações certas pode mudar bastante o resultado das lutas.
Na prática, no entanto, as coisas não fluem tão bem já que algumas habilidades nem sempre têm impacto claro no calor da batalha, e muitas vezes controlar as duas funções soa confuso ou pouco recompensador.
Além disso, os combates podem se tornar caóticos demais. Os inimigos enchem a tela com ataques de área, explosões e efeitos visuais que dificultam o entendimento do que está acontecendo. Isso é particularmente frustrante em chefes, que costumam ter barras de vida grandes e ataques que exigem reflexos quase perfeitos para serem esquivados.
E o problema de balanceamento é recorrente. Há runs em que inimigos comuns parecem esponjas de dano, forçando o jogador a repetir ataques por longos minutos. Em outras situações, um erro pequeno pode custar todo seu progresso por conta de danos exagerados.
Ritmo narrativo
A história de fundo, que envolve o antagonista Magatsu e a luta para salvar o mundo, é considerada genérica e pouco inspirada. Não há grandes reviravoltas ou personagens memoráveis além dos protagonistas. Ainda assim, o jogo insiste em inserir diálogos longos e momentos narrativos que quebram o ritmo entre as runs.

Esse contraste é curioso: a parte narrativa ligada à vila é um dos destaques mais positivos, enquanto a trama central acaba sendo um dos pontos mais fracos. Parece que o jogo acerta quando foca nas pequenas histórias do cotidiano e no impacto do tempo sobre os personagens, mas perde força quando tenta contar uma grande saga épica.
O Obstáculo da Repetição
Mesmo com toda a variedade prometida — diferentes espadas, upgrades, áreas da vila e inimigos — a sensação de repetição aparece cedo. Depois de algumas horas, muitos jogadores relatam que as runs começam a se parecer demais. A falta de variedade nas estratégias viáveis e no impacto real das escolhas de suporte faz com que o jogo perca frescor rapidamente. Isso não mata a experiência, mas certamente a limita, principalmente para quem esperava um roguelite para jogar por dezenas de horas seguidas sem enjoar.

No fim das contas, Towa and the Guardians of the Sacred Tree é um jogo que gera sentimentos mistos. tem charme, coração e criatividade, mas não consegue transformar tudo isso em um produto totalmente polido. Ele pode agradar a quem gosta do gênero e está disposto a relevar falhas em troca de uma experiência diferente, mas dificilmente vai conquistar quem procura um roguelite impecável ou inovador em todos os aspectos.
Veredito sobre Towa and the Guardians of the Sacred Tree
Towa é um daqueles jogos que ficam no meio-termo. Ele tem momentos brilhantes — a vila viva que evolui com o tempo, a trilha sonora envolvente, os visuais coloridos e a sensação de progressão constante.
Também traz ideias interessantes para o combate, como a mecânica de dois personagens e a necessidade de administrar espadas com durabilidade limitada. Mas, ao mesmo tempo, carrega falhas que impedem a experiência de decolar: inimigos desbalanceados, lutas caóticas, narrativa principal fraca e uma repetição que chega cedo demais.
É um jogo que vale ser experimentado, principalmente se você gosta de ver tentativas de inovação dentro do gênero roguelite. Ele mostra que os desenvolvedores tiveram ambição e tentaram criar algo diferente.
No fim,
Towa and the Guardians of the Sacred Tree

Prós e Contras
Prós:
+ Visual vibrante e colorido;
+ Vila viva com NPCs que mudam com o tempo;
+ Sensação de progressão constante;
Contras:
– Chefes desbalanceados;
– Repetição excessiva;
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