Angry Video Game Nerd 8-Bits: Detonando Jogos Ruins em 4:3

angry video game nerd 8-bits

O “demake” do jogo do Angry Video Game Nerd 8-Bits vem para tirar um sarro dos jogos lixo de antigamente com muitas piadas escatológicas e referências aos 21 anos de vídeos

Quando a internet era jovem e o Youtube estava apenas começando, sem ser esse mar de influencers e mesacasts e cortes de debates, havia ainda espaço para novos criadores de conteúdo preencherem espaços que antes não estavam ocupados, como o de análises e reviews de videogames. Claro, apenas fazer análises e reviews por si só não era a receita de sucesso, era preciso um diferencial.

Então, um personagem chamado de Angry Nintendo Nerd, interpretado pelo cineasta James Rolfe, falava de jogos ruins do Nintendo e do Super Nintendo, mas expandiu seu repertório de jogos ruins para outros consoles e se tornou o Angry Video Game Nerd. Lançou um filme longa-metragem para Youtube e um jogo de plataforma que resgatava a dificuldade e estética dos 16 bits, com referências aos games que explorou ao longo dos seus 21 anos de vídeos.

E, embora eu não seja fã do humor escatológico cheio de piadas sobre merda típico do norte-americano, eu ainda curto os vídeos do Angry Video Game Nerd e acho legal suas análises desses games velhos, incluindo alguns que eu joguei e compartilhei um grito de “Ass” com ele quando chegava em uma parte em que eu ficava igualmente frustrado.

Porém, alguns anos depois do lançamento de seu jogo, onde ele era puxado pelas bolas para dentro do console, agora, vamos ajudar o Angry Video Game Nerd em outra história envolvendo muitos gritos de “fuck” e “ass” em um jogo difícil digno dos clássicos do Nintendo 8-Bits e, se você ficar com dúvidas, deixe um comentário.

Assssss…

James Rolfe, o Angry Video Game Nerd, está em sua Nerd Base, cercado pelos piores jogos de videogame que já foram feitos pelo home, como sempre. Ele está revoltado com sua vida, sempre sendo forçado a jogar os piores games que existem, sempre condenado a se estressar e se irritar por causa de bugs, problemas de jogabilidade ou apenas pelo fato de serem ruins mesmo. Mas, agora ele está decidido a mudar isso: Pelo menos uma vez, ele vai jogar um jogo bom na vida.

angry video game nerd 8-bits
Angry Video Game Nerd 8-bit

Quando ele vai escolher o jogo, Super Mecha Death Christ 2000 B.C. Version 4.0 Beta, aparece e ataca James. Ele tenta argumentar e destruí-lo com sua Super Scope,mas não funciona, porque aquele não é o Super Mecha Death Christ 2000 B.C. Version 4.0 Beta e sim o Super Mecha Death Christ 2000 B.C. Version 4.1 Beta. Imune ao Super Scope! O Super Mecha se transforma em energia e infecta no Nintendo 8-Bits de James e ameça destruir o mundo e todos os videogames.

Então, Rolfe tira o seu tapete da sala, revelando um pentagrama onde ele colocará os cinco piores games, as maiores abominações conhecidas e “caga” o pior e mais horrível jogo da existência, que destruirá o Super Mecha Death Christ 2000 B.C. Version 4.1 Beta e salvará o mundo. Ele joga o game como um shuriken na entrada de cartuchos do Nintendo e começa a sua jornada para salvar o mundo.

Fuuuccckkk….

Uma das coisas mais legais do game, que me surpreendeu desde o momento da “demonstração de jogo” foi o fato de que o jogo é todo em 4:3, um pequeno quadrado no meio da sua tela, a mesma proporção dos jogos da era 8-bits e não há como estender essa tela. O resto é preenchido por um papel de parede do game, com James enfrentando demônios e outros chefes baseados nos games que ele jogou ao longo dos 21 anos de vídeos. Alguns incluem personagens como o Tio Chico do game da Família Addams, o Pepsi Man, demônios do Ghost’n’Ghouls, o E.T do game do E.T do Atari e outros. São, ao todo, oito chefes que podem ser enfrentados na ordem que você quiser, exatamente como no jogo do Megaman.

angry video game nerd 8-bits
Angry Video Game Nerd 8-bit

Na questão de jogabilidade, nada poderia ser mais simples: Um botão atira, um pula, apertando para baixo e pulo você desliza e outro botão (aqui eu achei uma falha, consoles 8-bits tinham apenas dois botões) usa os itens especiais, como garrafas de cerveja, o Shit-Picle e outros. Power ups aumentam o poder da sua Zapper, (a pistola do Nintendo 8-bits) com tiros que ficam maiores e ou mais espalhados.

Os inimigos te atacam de todos os lados e você tem um medidor de vida, em forma de garrafa de cerveja, que cai conforme é atingido e more quando ele chega a zero ou quando cai em espinhos. Os power up também são perdidos quando você é atacado, mas tem um curto período de tempo para recuperá-los. Também há um power up que te deixa mais poderoso e o Nerd equipa sua Power Glove, Super Scope, Laser Scope e permite que você carregue os tiros para ficar mais poderoso.

Assim como nos games da época dos 8-bits, você anda, pula e atira. Sem tutoriais ou complicações mecânicas, basta atirar em tudo que aparece, pular buracos, pegar power ups, derrotar chefes, anotar os Passwords (sim, aqui não há save. Se sair do jogo, só volta a onde está com password).

Derrotes os chefes e vá para o próximo. Sem histórias complexas, exceto uma rápida introdução que fala alguma coisa sobre a fase como “Sempre tem uma porra de um cenário num cemitério” ou coisas assim. Nada de um grande enredo ou decisões morais, apenas a boa e velha diversão da época dos jogos clássicos do Nintendo em que você ia da esquerda para a direita. Claro, isso não torna o game fácil. Muito pelo contrário.

SHIITTT….

Angry Video Game Nerd 8-Bits é um jogo simples e limitado porque, bem, mais uma vez, este é um jogo feito para rodar no NES. A paleta de cores, a resolução, a quantidade de inimigos na tela e até mesmo as limitações de tamanho da seção de nível são prejudicadas pelo fato de os desenvolvedores terem que fazer tudo rodar em 2 KB de RAM. Para ser justo, estou muito impressionado que eles tenham conseguido enfiar alguns dos famosos discursos dos Nerds em clipes de ruído de 8 bits.

angry video game nerd 8-bits
Angry Video Game Nerd 8-bit

Você os ouvirá um “ASS” toda vez que morrer ou pressionar Iniciar. As diferenças entre esse e os jogos clássicos do Mega Man, além do tema, são principalmente escolhas de qualidade de vida para torná-los menos injustos do que as coisas que costumávamos jogar naquela época.

Isso não quer dizer que não haja algumas mortes injustas e uma seção ocasional de plataformas desajeitadas. Mas, na maior parte, o que difere esse de qualquer outro jogo de 8-bits que eu jogava na época é o fato de que esse não me enfureceu (será que isso é um problema? Um jogo do Angry Nerd não te deixar “Angry”?).

Não existe um sistema de pedra-papel-tesoura com chefes, pois não há armas secundárias, apenas um medidor de potência para sua arma. Você pode basicamente jogar o jogo em qualquer ordem, sem problemas. Existem configurações de dificuldade, e há até a possibilidade de ter um aumento total de powerup através do Cheat Pickle (acho que é o primo do Shit Pickle) se você morrer com frequência.

Em essência, James e os desenvolvedores querem que você se divirta com esta carta de amor ao NES e aos seus jogos, especialmente quando se trata do design de níveis; todos os cenários são baseados em alguns de seus episódios mais famosos.

Mesmo que seja curto (novamente, na verdade é um jogo que pode ser jogado em um console de 1985), e mesmo que algumas mortes parecessem injustas, eu continuava jogando com um sorriso idiota no rosto o tempo todo. Mais do que apenas nostalgia barata por uma das celebridades mais famosas e importantes da internet de todos os tempos, este é pura e simplesmente um jogo de plataforma de ação 2D bastante competente.

Veredito sobre Angry Video Game Nerd 8-Bits

Mais do que uma viagem nostálgica — é um dedo do meio jogável para o quão fáceis os jogos modernos se tornaram. Cada pixel exala sarcasmo e reverência pelo design punitivo da era NES. Ele zomba de sua própria base de jogadores, quebra sua própria lógica e ainda encontra uma maneira de fazer você sorrir quando morre injustamente pela décima vez consecutiva. Há satisfação nesse sofrimento — do tipo que lembra por que a perseverança costumava ser importante. A sensação de ter em mãos controle retangular na palmas das mãos? Você sentirá isso novamente aqui, metaforicamente, se não literalmente.

Angry Video Game Nerd 8-Bits

Paulo Fabris

angry video game nerd 8-bits
É grosseiro, é caótico, é autoconsciente a ponto de ser insano — e é exatamente por isso que funciona. Trabalho duro e teimosia ainda compensam. O Nerd não faria de outra forma.
Gráficos
Música
Jogabilidade
Diversão
Preço

Prós e Contras

+Pura nostalgia;
+Dificuldade punitiva mas justa;
+Humor ácido;

-Algumas mortes injustas e plataformas mal posicionadas;

4

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